2 de setembro de 2010

Pronomes

Amou daquela vez como se fosse a última, mas não foi. A menina seguinte era os mesmos problemas, a mesma atazanação de sempre; lágrimas, lágrimas, nada mais que lágrimas perdidas, é uma idiotice amar-se uma última vez, quando sequer se amou a primeira ainda, pensava consigo, enquanto fumava um cigarro caro que lhe complementava o estilo. Nada valia saber nada; a menina não estava interessada no que dizia, e por isso bebia: para esquecer-se da ignorância dela, ou talvez para torna-se tão ignorante quanto. Um vagalume incendiário, era ele, no bar, enquanto bebia e filosofava, em meio a tragos e goles, enquanto a boemia se desfazia flébil e suas esperanças de encontrar um sujeito para si uno se esvaíam. Ele se desmembrava, se fragmentava, enquanto os roma-ro-ma-mah dos maus romances o rodeavam fantasmagoricamente, categoricamente. Ele queria o intangível, mas contentava-se com o momento, pois chegava a uma conclusão, e isso o assustava.